Desde que enveredei por esta nova actividade, gosto de terminar a estação mais quente do ano com o corte e a execução de um vestido fresco para estrear no Verão seguinte. E este ano, enganada pelos dias quentes das semanas de Outubro, pensei até em estrear uma criação no Verão de S. Martinho!
Gosto sobretudo de fazer maxi-vestidos com tecidos frescos, claros e fluídos. Este ano não fugi à regra. Inspirei-me num vestido que tenho há décadas, daqueles que é só enfiar e pronto – todas nós sabemos apreciar uma peça que não necessita de grandes truques para vestir e para cair na perfeição, e eu sou fã assumida de descomplicações!
Encontrei uma bela seda sintética, a um óptimo preço e não resisti. À partida, prefiro tecidos de origem natural, tais como algodões, linhos e afins, mas a seda tem um cair maravilhoso! Contudo, sedas naturais, por muito bonitas que sejam, são obtidas através de sofrimento de seres vivos e isso, cada vez mais, me condiciona comportamentos. Por isso, seda sim, mas sintética!
Para animar ainda mais a festa, não houve necessidade de fazer prova, pois retirei o molde directamente do vestido velhinho que já tinha, fiz umas pequenas adaptações e foi este o resultado:
O vestido tem rachas laterais que terminam acima do joelho e as fitas das alças têm um acabamento com cadilhos o que torna a peça ainda mais interessante: ao caminhar, a fluidez do tecido, as rachas e os cadilhos criam uma dinâmica muito particular!
Hipe-contente com uma das mais recentes criações, esperei pelo dia 11 de Novembro mas mesmo antes comecei a desconfiar que, desta vez, não podia contar com a colaboração do S. Martinho.
Assim, resta-me esperar pelo próximo Verão… até lá, fica o vestido pendurado num cabide!