Vale um corte de cabelo ;O)

A vida de desempregado não é fácil! Ora cá está uma frase generalista, cada vez mais generalizada na boca dos portugueses. Contudo, mesmo nestes tempos menos bons, todos nós temos qualquer coisa que nos permite ir levando a vida, suprindo as nossas necessidades, independentemente do seu grau.

A minha necessidade recente – bem, em bom rigor diria antes que é vontade, desejo, mais do que necessidade… – prende-se com um corte de cabelo. Mais uma vez, as mulheres entender-me-ão… os homens… bem alguns sim, a maioria nem por isso.

Mas todos entendem o conceito de economia de troca directa – aquela baseada na troca de serviços ou bens, sem meter dinheiro à mistura -, correcto? Munindo-me desse conceito tão antigo e, a maioria das vezes, tão funcional, procurei a minha cabeleireira habitual que, por acaso, é também uma amiga de longa data, e propus-lhe uma troca: um corte de cabelo por uma suzanice à escolha!

Para mal dos meus pecados, a peça escolhida foi uma bolsa com o chamado fecho da avó! Não fazem ideia do que, há já desde meses atrás, tenho tentado trabalhar com este instrumento do inferno, esse dito fecho da avó. Até me considero uma pessoa com um grau de inteligência mediano e algum engenho para analisar as coisas; não sou pessoa de fugir a um desafio relacionado com agulhas, linhas e afins, mas o fecho da avó… Para dizer o mínimo, invade-me os sonhos, tornando-os pesadelos! Mas compromisso é compromisso, e lá voltei eu às lidas da bem dita avózinha.

Um dia, levantei-me cheia de coragem (e já com o fecho bem à vista para propósitos de inspiração e mentalização – bem haja a prática de Yoga!), e não desisti enquanto não engendrei mais um método de trabalho para a pecinha. Papel sulfito, cola, tesoura, lápis… moldes para aqui, moldes para ali… desenha, copia, apaga, corta… escolhe tecido, compara texturas, combina padrões… corta, corta, corta… cose, cose, cose e… bem, até que nem saiu mal.

Bolsa rosa com fecho da avó

Para dar um outro toque e animar mais a dita, resolvi colocar-lhe uma pequena flor de tecido igual ao forro.

Agora é só submeter-me ao talento natural da minha amiga para trabalhar com cabelos. Tesouras diferentes, materiais diferentes, mas espero que o resultado seja tão bom ou melhor!